Abramet une-se às ações da Semana Nacional do Trânsito e alerta para os riscos do excesso de velocidade

Por ABRAMET em 19/09/2024

A Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) é uma das entidades apoiadoras da Semana Nacional do Trânsito 2024, que neste ano traz o tema “Desacelere – Seu Bem Maior é a Vida”. Promovida pelo Ministério dos Transportes, a campanha tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância de reduzir a velocidade e adotar comportamentos seguros no trânsito para preservar vidas.

O presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior, destaca que trafegar dentro da velocidade permitida significa preservar a própria vida e a segurança de todos os usuários das vias. “Nos sinistros fatais, as lesões se devem a forças e acelerações superiores às que o corpo pode tolerar. Para os ocupantes de um carro, em uma colisão a 80 km/h, a probabilidade de morte é 20 vezes maior do que aquela de um impacto a 30 km/h. Portanto, é vital respeitarmos os limites de velocidade”. 

Meira Júnior ressalta também a motivação por trás da Semana Nacional do Trânsito 2024. "Este é um período em que unimos esforços para promover a educação e a conscientização no trânsito. Nosso objetivo é salvar vidas e reduzir o número de sinistros”, disse. A mensagem central da campanha desse ano enfatiza a necessidade de desacelerar não apenas nas vias, mas também no ritmo de vida, promovendo uma cultura de paz e responsabilidade. 

Evidências científicas O diretor científico da Abramet, Flavio Adura, destaca que a velocidade excessiva é o fator mais importante que contribui para as lesões causadas pelo trânsito. “À medida que a velocidade aumenta, a distância percorrida durante o tempo de reação do condutor também cresce, assim como a distância necessária para parar", alerta. "Além disso, em altas velocidades, os efeitos dos erros dos condutores são ampliados, tornando o trânsito ainda mais perigoso”, explica.

Segundo o médico, o campo visual do motorista também reduz proporcionalmente ao aumento da velocidade, comprometendo a capacidade de reação e percepção de riscos. Ele chama a atenção, ainda, para o risco elevado que os usuários vulneráveis das vias públicas enfrentam. "Pedestres, ciclistas e motociclistas correm um alto risco de lesão grave ou fatal quando atingidos por um veículo automotor, devido ao fato de estarem completamente desprotegidos ou, no caso dos motociclistas, terem uma proteção muito limitada", observa Adura. 

Flavio Adura também destaca as limitações da infraestrutura viária atual. “A maioria dos sistemas viários não é projetada com base na tolerância humana. Muitas vezes, a separação de veículos e pedestres, como a construção de calçadas e meios-fios, não é realizada”, lamenta. Ele alerta que pequenos aumentos na velocidade resultam em um grande aumento do risco de colisão.

“Velocidades de apenas 5 km/h acima da média de 60 km/h em áreas urbanas e 10 km/h acima da média em áreas rurais são suficientes para dobrar o risco de uma colisão com vítimas fatais, equivalente ao aumento no risco associado a uma concentração de álcool no sangue de 0,05 g/100 ml", compara Adura. “Isso evidencia a necessidade urgente de conscientização e respeito aos limites de velocidade”.