A vida é movimento. Foi com essa mensagem que iniciou a Jornada Paulista de Medicina do Tráfego 2024, realizada no último dia 14 de setembro, na capital. O evento reuniu mais de 500 pessoas, entre associados e convidados que lotaram o auditório do Sheraton WTC Hotel durante uma programação que contou com palestras, treinamentos, workshops, além de muito network.
Para o presidente da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), que abriu a Jornada, Antonio Meira Júnior, um dos principais objetivos do evento foi reforçar o compromisso de aperfeiçoar os conhecimentos dos médicos do tráfego. “Estamos aqui trazendo ciência e preparados para, cada vez mais, qualificar o médico. Com isso, garantimos que a população reconheça a importância do nosso papel”, disse Meira Júnior, que ainda destacou o trabalho realizado pela entidade há mais de quatro décadas.
A Jornada começou com uma mesa composta, além do presidente da Abramet, pelo presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Augusto Fernandes, pela diretora de Habilitação do Detran-SP, Talita Rodrigues, e pelo presidente do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran-SP), Frederico Pierotti. Para César Fernandes, é dever da AMB buscar sinergia com as afiliadas. “Temos 54 sociedades de especialidades com suas peculiaridades e diversidades. Tem sido muito tranquilo trabalhar com a Abramet na figura do presidente Meira, que é muito ativo para construir nossas estratégias”, destacou.
Já Talita Rodrigues reforçou o desafio que enfrenta o Detran de São Paulo, que contabilizou 5,5 milhões de Exames de Aptidão Física e Mental nas renovações de habilitação em 2023. “Temos um terço da frota de veículos e um terço de condutores do Brasil. Os exames aumentaram em 20% no estado entre 2019 e 2023, por isso, o trabalho com a Abramet é essencial”, disse. O presidente do Cetran-SP destacou a importância da atuação dos especialistas. “Temos o dever de atuar com responsabilidade e ética, porque se um exame não for feito com qualidade e assertividade, o que a gente prega não faz sentido”, alertou Frederico Pierotti.
23 DIRETRIZES – As diretrizes de conduta médica têm como objetivo atender as mais diversas especificidades da medicina do tráfego e, nesta Jornada Paulista, foi celebrada a marca de 23 diferentes diretrizes. Graças ao trabalho criterioso do Departamento Científico da entidade – e em alguns casos da parceria estabelecida com outras instituições, foi possível verificar um crescimento significativo.
Na oportunidade, o diretor científico da Abramet, Flavio Adura, apresentou as condutas de avaliação para candidatos portadores de Parkinson e para idosos. “Não podemos nos basear na idade cronológica para fazer uma avaliação, mas sim no nível de declínio cognitivo no caso do idoso”, lembrou, com uma apresentação esclarecedora, bem-humorada e emocionante.
A apresentação das diretrizes para candidatas gestantes e portadores de TDAH ficou sob responsabilidade do diretor de comunicação da Abramet, Áquila Couto. “É importante ressaltar que não há conduta que impeça esses candidatos de dirigir, mas precisamos orientar sobre todos os riscos”, alertou.
O evento finalizou a programação com a apresentação em dose dupla do vice-presidente da Abramet, Ricardo Hegele, que detalhou as diretrizes para candidatos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), portadores de esquizofrenia e sobre o uso de medicamentos potencialmente prejudiciais ao condutor. “A esquizofrenia atinge 23 milhões de pessoas no mundo e é a quarta maior doença que mais causa incapacidade. Mas é importante lembrar que, como atinge pessoas de 18 a 35 anos, teremos pessoas com o diagnóstico depois de já serem habilitadas”, destacou.