Abramet alerta: uso de máscaras é essencial à prevenção da COVID-19 nas caminhadas e pedaladas

Por ABRAMET em 12/05/2020

Uma das principais formas de transmissão do novo coronavírus é pela saliva: quando falamos, espirramos ou tossimos, aspergimos gotículas de saliva que ficam no ar e, também, em objetos e no chão. Atenta a isso, a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) faz um alerta relevante à população e recomenda o uso de máscaras por todos aqueles que praticam exercícios ao ar livre, especialmente o ciclismo e a corrida, para evitar a propagação do vírus.

Em artigo assinado por um dos maiores nomes da medicina de tráfego e medicina de emergência no Brasil, Carlos Alberto Eid, é destacado que o uso da máscara de pano, mesmo caseira, é um complemento fundamental e deveria ter um peso maior nas orientações das autoridades sanitárias.

“Se você pedala em uma bicicleta, o deslocamento do seu corpo produz um turbilhonamento do ar formando um pequeno vácuo atrás, que cria uma ‘cauda’, como se fosse um cometa, levando as gotículas da sua saliva. Quem vier atrás será atingido, mesmo a uma distância de 10 a 20 metros”, alerta.

Coordenador da Comissão de Atendimento Pré-Hospitalar da Abramet, o especialista recomenda o uso de máscaras em todos os ambientes externos. Para ele, durante a prática de atividade física ao ar livre em meio ao distanciamento social seu uso é decisivo para frear a propagação do vírus e, consequentemente, reduzir o contágio.

A Abramet tem mobilizado seu corpo técnico-científico para produzir e divulgar recomendações específicas para a prevenção do novo coronavírus. A entidade, endossando as medidas preconizadas pelas autoridades sanitárias, divulgou cartilhas para orientar profissionais do trânsito, que continuam em atividade, como caminhoneiros e entregadores (motoboys, motofrete e outros).

CONFIRA ABAIXO O ARTIGO NA ÍNTEGRA:

O uso da bicicleta e a disseminação da COVID-19

Carlos Alberto Guglielmi Eid*

A pandemia pelo novo coronavírus mudou a rotina do planeta. Atividades simples e rotineiras exigem, agora, cuidados maiores e uma maior compreensão dos seus efeitos. Se você pedala em uma bicicleta, o deslocamento do seu corpo produz um turbilhonamento do ar formando um pequeno vácuo atrás, que cria uma “cauda” como se fosse um cometa, levando as gotículas da sua saliva. Quem vier atrás será atingido, mesmo a uma distância de 10 a 20 metros de você. Esse movimento tem mão dupla: você também é alcançado pela saliva de quem estiver à sua frente. Então, como usar a bicicleta e evitar isso? É o que trataremos aqui.

A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, (Abramet), preocupada com a mobilidade daqueles que trabalham sobre duas rodas, ou apenas se exercitam, cumpre seu dever de orientar a população para que todos possam pedalar, protegendo a si e aos outros, contribuindo no esforço para retardar a disseminação do novo coronavírus.

O objetivo comum de todos os atores da comunidade médica é reduzir o contágio e dar tempo para que os serviços de saúde compreendam melhor como o vírus atua em nosso organismo; aumentem a oferta de leitos e equipamentos; assim como definam melhor quais medicamentos usar para controlar a COVID-19.

O distanciamento social tem sido a principal recomendação, em especial para as pessoas de maior risco, como as com mais de 60 anos e os portadores de outras doenças. Manter distância de 1,5 a 2 metros de outra pessoa é recomendação essencial da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das autoridades brasileiras da saúde.

Entretanto, são as máscaras de pano, mesmo caseiras, o complemento fundamental para todos nós e que deveria ter um peso maior nas orientações a serem seguidas. As gotículas que saem pela nossa respiração, mesmo sem tosse ou espirro, podem conter vírus caso você seja portador, mesmo sem sintomas. O uso de máscaras comuns é determinante para a proteção das pessoas.

Se o ar ao seu redor contiver o vírus, como ocorre em um ambiente hospitalar, não é qualquer máscara que o reterá e ele também poderá penetrar pelos olhos. Entram aqui os equipamentos de proteção individual dos profissionais da saúde que lidam com pacientes.

Mas, no dia a dia, se todo cidadão usar máscara sempre que sair de casa, menos pessoas se contaminarão e menor também será a presença de vírus nas superfícies. Parados e sem usar máscara, as gotículas que exalamos caem no chão após percorrer uma distância de 1,5 a 2 metros.

Se você usa uma bicicleta para trabalhar, ou apenas praticar atividade física, sempre use máscara para reter as gotículas exaladas pela sua respiração e proteger-se daquelas que ficam soltas pelo ar. Isso aumenta a sua segurança e a de outros ciclistas. Orientando com seu exemplo, para que todos façam o mesmo, você contribui no esforço de prevenção à pandemia.

As máscaras podem ser lavadas com água e sabão como você lava suas roupas. Aliadas à lavagem constante das mãos com água e sabão, uso de álcool gel e outras medidas preventivas, farão diferença nesse momento em que proteger e preservar a saúde é o desejo de todos nós.

*É coordenador do Departamento de Atendimento Pré-Hospitalar da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet)